Homens, Mulheres & filhos foi uma leitura... chocante. Por trás de uma capa bela e inocente, esconde-se a realidade de alguns estudantes do Ensino Fundamental e seus pais, cada um vivendo um drama pessoal e assustador. Divórcio. Anorexia. Traição. Abuso sexual. Depressão. Gravidez precoce. Essas pequenas grandes coisas que a gente costuma esconder da sociedade e que a sociedade, por sua vez, costuma ignorar a fim de não ter de lidar com elas.
A frase na contra-capa, “Descubra como você conhece pouco as pessoas que você conhece”, resume o objetivo
do autor ao escrever a trama. Descubra como aquela garota que você parabenizou
por ter emagrecido nas férias, na verdade, desenvolveu transtornos alimentares.
Descubra como a filha que você tanto controla e se vangloria por ser uma
criança exemplar, na verdade, tem uma página na internet com fotos de lingerie
e relatos de experiências sexuais (que ela nunca viveu). Chad Kultgen deixa bem
claro: nossa percepção é superficial e as pessoas, por outro lado, são
profundas.
A obra de Chad Kultgen é
extremamente sexualizada – eu tinha até vergonha de ler em público, socorro! A
cada dez páginas, BANG!, alguém estava transando (ou pensando em sexo, ou
falando em sexo, ou algo do tipo). Tudo é descrito com riqueza de detalhes mas,
pasmem, não chega a ser um livro erótico – e creio que o ser nunca foi sua
intenção. O livro também aborda, com ênfase, a influência das redes sociais na
construção do “eu” e principalmente no processo de sexualização. O acesso a
tudo por todos tem seu lado positivo e, obviamente, seu lado negativo. Homens, Mulheres & Filhos pondera sobre os dois – com uma leve tendência a exaltar o
lado negativo.
Existem muitos personagens, cada
um vivendo uma situação inusitada e totalmente crível; não deu para eleger um
favorito (no fim das contas, amei e odiei um pouco cada um). Num ritmo
acelerado, a narrativa em terceira pessoa intercala entre um personagem e outro
– do divórcio à anorexia em 3 páginas. Fugindo dos padrões, Homens, Mulheres & Filhos não tem mocinhos nem vilões, muito menos um problema principal a ser
resolvido que confira um clímax à história. Sendo assim, pulando de um drama
para outro sem pausa, tive a impressão de que “peguei o bonde andando”; como se
eu tivesse pulado o início do livro e também não tivesse lido o final, deu pra
entender? Em outras palavras, foi como se alguém tivesse tirado o “miolo” do
livro original e me dado para ler.
O livro é bom, mas falta algo. Penso até que seja proposital. Com o objetivo de retratar a vida como ela é, Chad deve ter pensado algo como “não existe começo nem fim para a história de uma família, ela é infinita – mas o livro precisa ser finito”. A frase anterior soou melhor na minha mente, mas deu pra entender a ideia, então ‘tá valendo.
O livro é bom, mas falta algo. Penso até que seja proposital. Com o objetivo de retratar a vida como ela é, Chad deve ter pensado algo como “não existe começo nem fim para a história de uma família, ela é infinita – mas o livro precisa ser finito”. A frase anterior soou melhor na minha mente, mas deu pra entender a ideia, então ‘tá valendo.
Muito bem escrito, este é um
livro pra ser lido com o pé no chão: sem aguinha com açúcar, sem final feliz,
sem volta por cima. Não chegou a entrar no meu hall de livros favoritos mas gostei
da experiência de tê-lo lido, da mensagem que ele passa. Numa geração onde as
redes sociais expõem (pelo menos um pouco) a vida de cada um, fica fácil achar
que conhecemos as pessoas a fundo. Homens, Mulheres & Filhos nos alerta: não,
vocês não conhecem.
Edição: 1
Editora: Record
Ano: 2014
Páginas: 351
ISBN: 9788501070692
oi flor, eu queria mesmo conhecer uma opinião sobre esse livro, confesso que não me chama a atenção para ler, mas o enredo em si é bem peculiar e consigo ver muuuuuuitas coisas positivas
ResponderExcluirfelicidadeemlivros.blogspot.com.br/