“A
secretária pessoal do líder humanitário em um relato emocionante”
Autora: Zelda la Grange
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Sinopse: Bom Dia, Sr.
Mandela conta a extraordinária história de uma jovem que teve suas crenças,
preconceitos e tudo em que sempre acreditou transformados pelo maior homem de
seu tempo. A incrível trajetória de uma datilógrafa que, escolhida para se
tornar a mais leal e devotada assessora de Nelson Mandela, passou a maior parte
de sua vida trabalhando ao lado do homem que ela passaria a chamar de “Khulu”,
ou avô.
Resenha:
“Se não for bom,
deixe morrer.”
Zelda
nasceu e cresceu na África do Sul nos anos 70, durante o sistema do apartheid,
que designava a política da segregação racial. Assim como o restante da
população branca dessa época, a família de Zelda era extremamente racista, e
ela cresceu aprendendo com a família esse tipo de preconceito.
“Ninguém nasce
racista. Você se torna racista pela influência ao seu redor. E por volta dos
treze anos de idade eu me tornei racista. Por esse cálculo, eu jamais poderia
ter sido a mais duradoura das assessoras de Nelson Mandela. Mas foi o que
aconteceu.”
Quando
Zelda tinha doze anos, sua mãe (que sofria de depressão) tentou se matar
trancando-se no carro ligado, enchendo a garagem de gás. Zelda a encontrou, mas
não consegue lembrar-se bem do restante dos acontecimentos. Apenas relata que
foi a última vez que sentiu algum cheiro na vida (o do gás), pois teve uma
reação psicossomática ao trauma, que bloqueou sua capacidade de sentir cheiros.
Com
esse acontecimento, Zelda desenvolveu um medo terrível de ser abandonada, e por
isso, fazia de tudo para agradar as pessoas. Nelson Mandela precisava de alguém
dedicado, que estivesse sempre lá. E assim ela justifica essa relação de codependência
que surgiu entre os dois.
O
livro tenta ter certa ordem cronológica, mas em vários momentos ela vai e
volta, misturando sua própria história com o relacionamento posterior com
Mandela.
Zelda
trabalhou para Mandela durante seus anos na presidência da África do Sul e
também após sua “aposentadoria”, período em que ele focou em angariar fundos
para a Fundação Nelson Mandela, com o objetivo de desenvolver projetos de
construção de escolas e postos de saúde, além da luta contra a epidemia de AIDS.
“Mesmo com nossa vida
sendo tão diferente, compreendi que havia uma chance de que ele não me
abandonasse. Nelson Mandela não me deixou para trás. Levou-me com ele. Foi uma
das maiores, se não a maior honra da minha vida, ser escolhida por Madiba para
servi-lo depois de sua aposentadoria.”
Zelda
o conhecia tão bem, que foi escolhida para ajudar Morgan Freeman a compor a
interpretação de Mandela para o filme Invictus, que retratou a Copa do Mundo de
Rugby de 1995, na África do Sul. (Filme recomendadíssimo por sinal, tanto pela
história quanto pela interpretação impecável de Morgan Freeman). O ator era
amigo pessoal de Mandela, mas ainda assim aprendeu com Zelda os pequenos
trejeitos e maneirismos cotidianos, tornando-se o “Madiba perfeito”.
A
assessora dedicou sua vida a cuidar dos interesses de Mandela, e ganhou (além
da experiência) a oportunidade de conhecer sua história, sua luta, seus
ensinamentos. Esteve ao seu lado nos melhores e piores momentos. Foi julgada e
odiada por muitos, inclusive pela família de Mandela, que não permitiu que ela
acompanhasse seu velório. Sofreu com a dor da perda como se fosse um parente
próximo, da sua família branca, que aprendeu com ela a amar e respeitar o homem que
ele foi.
“Mas o que faremos
agora? Ele está em casa, e os heróis nunca morrem. Ele estará presente naquelas
lindas montanhas para sempre, e agora eu sabia que ele seria até mais poderoso
na morte do que foi em vida.”
É
uma história muito interessante, contada do ponto de vista de alguém que
conviveu quase 20 anos com essa figura importantíssima da história da África do
Sul e do mundo. Várias passagens divertidas, que nos ajudam a conhecer melhor
quem era Nelson Mandela no seu dia a dia. Confesso que a dificuldade na ordem
cronológica e os capítulos muito longos às vezes cansam, mas valeu à pena
conhecer essa história, com toda a cumplicidade, confiança e amor que existia
entre os dois.
quando o livro foi lançado não me animei muito porque obras mais descritivas e biografias não me atraem tanto, mas a proposta esta tão bacana e ter a oportunidade de conhecer mais a fundo uma pessoa que inspirou tantas outras a querem ser melhores é muito interessante e cativante
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Olha Thaila, sou suspeita porque gosto muito de biografias... Mas é super interessante mesmo!! ;)
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